O documento enviado ao Presidente da Assembleia da República alerta os deputados para os benefícios que traria o retorno da comparticipação a 100% dos antipsicóticos.

A reposição da lei que deixou de vigorar em 2010 teria vantagens consideráveis a nível pessoal, familiar e social, mas também a nível económico.

A petição considera em particular o caso da esquizofrenia como doença mental grave que tem um impacto considerável na sociedade; são 48 mil os doentes afetados pela doença em Portugal.

Estima-se que, por ano, os custos diretos associados aos cuidados com doentes esquizofrénicos (medicamentos, hospitais de dia, ambulatórios, internamentos e reabilitação) sejam de mais de 90 milhões de euros. Se considerarmos o absentismo e a produtividade reduzida decorrentes da doença, a despesa sobe para os 340 milhões de euros.

A adesão à terapêutica traduz-se na estabilização dos sintomas, na prevenção de recaídas e, consequentemente, num menor número de internamentos, ou seja, em custos consideravelmente mais baixos.

De acordo com um estudo recente, pensa-se que, por cada euro investido na saúde mental, há um retorno de 4 euros. O lucro decorre, sobretudo, do aumento da capacidade de trabalho e da diminuição com as despesas de hospitalização.

A dificuldade no acesso à terapêutica é frequentemente um dos fatores na origem de recaídas por parte de pessoas com esquizofrenia. Esta situação, não só pode refletir-se em danos irreversíveis para os doentes, como tem uma relação direta com o número e duração dos internamentos. Estima-se que um doente recidivo custe até 2 a 5 vezes mais do que um que nunca recaiu.

Partindo do princípio de que a impossibilidade de recurso à terapêutica decorrerá, em grande medida, dos baixos rendimentos dos doentes, a petição agora dirigida à Assembleia da República pede a reposição da lei que até 2010 previa a comparticipação da totalidade do valor dos antipsicóticos.

Para assinar a petição clique aqui.